A nova cidade futurista da Arábia Saudita, Neom, pode se tornar um estado de vigilância "assustador"

O projeto de mega desenvolvimento liderado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman na Arábia Saudita, conhecido como Neom, tem gerado preocupações entre especialistas em privacidade de tecnologia. Embora esteja sendo apresentado como um paraíso futurista, o uso de robôs e inteligência artificial para personalizar serviços pode significar uma coleta massiva de dados dos habitantes. A área de carbono zero chamada Line, por exemplo, planeja usar 90% dos dados dos residentes para personalizar serviços, muito mais do que as cidades inteligentes atuais, que usam cerca de 10%.

Isso pode ser alarmante para os defensores da privacidade, que temem que Neom se torne uma metrópole à mercê da vigilância do estado, em vez de um sonho de ficção científica. Marwa Fatafta, gerente de políticas da organização de direitos digitais Access Now, alertou para o potencial preocupante do projeto. Embora possa ser projetado para coletar dados e usar esses dados para os propósitos da cidade, é importante garantir que os direitos dos residentes sejam protegidos e que haja transparência em relação ao uso de seus dados pessoais.

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Embora Neom e outras cidades semelhantes sejam comercializadas como "inteligentes" ou "ecocidades", na realidade são "cidades de vigilância". Elas são essencialmente construídas com base em uma arquitetura alimentada por dados pessoais das pessoas e em um país como a Arábia Saudita, onde não há proteção ou salvaguardas de dados, supervisão, responsabilidade, transparência e separação de poderes, e onde o príncipe Mohammed bin Salman está efetivamente governando as agências de segurança. Essa é uma ideia assustadora, alertou Marwa Fatafta, gerente de políticas da organização de direitos digitais Access Now.

A China tem desempenhado um papel importante na distribuição de tecnologia de vigilância, permitindo a criação dessas cidades. Isso faz parte do plano maior do líder da nação, Xi Jinping, de "normalizar e buscar legitimar sua visão de um ciberespaço liderado pelo Estado e público vigiado", comentou Bulelani Jili, colega da Universidade de Harvard.

Parece que o príncipe saudita, cujos laços com Jinping se fortaleceram recentemente, está ansioso para ajudar a concretizar essa visão em grande escala.

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